A PRO Teste – Associação brasileira dedefesa do consumidor - resolveu testar as principais marcas de filtros solares do mercado, e reprovou 8 das 10 marcas. Isto está causando o maior burburinho, tem gente falando que é pesquisa encomendada, que ninguém sabe qual laboratório realizou os testes e como foram realizados. Mas antes de comentar a minha opinião, eis o teste:
Os quesitos: quantidade de informação no rótulo, substâncias nocivas em sua composição, chance de causar irritabilidade, hidratação, proteção, resistência à água e textura.
As marcas testadas: Avon Sun, L ‘ Oréal Solar Expertise, Cenoura & Bronze, Hélioblock da La Roche-Posay, Episol Loção Oil Free, Coppertone Loção, Sundown Complex, Natura Fotoequilíbrio, Nívea Sun e Banana Boat Bloqueador Solar Ultra.
Resultados:
1) Presença de benzophenone-3 (cancerígeno) : Somente três marcas não contêm o benzophenone-3: L ‘ Oréal Solar Expertise, Cenoura & Bronze e o Hélioblock da La Roche-Posay (viva!!). Esta substância é, inclusive, proibida em vários países.
2) Fotoinstabilidade – Avon, Helioblock, Nivea, Banana Boat e Sundown não mantém o mínimo de 80% da proteção inicial após uma hora de exposição intensa.
Alguns produtos, como o da Nívea, perderam 50% do seu FPS. Após uma hora, eles caíam para FPS 15. O segundo pior foi o La Roche Posay, que manteve só 62% de sua proteção indicada no rótulo. O Coppertone declarou um fator de proteção (30), maior do que o medido (25).
3) Resistência à água: Todos as embalagens mencionavam resistência à água, mas após imersão de 30 minutos, a proteção do produto da Natura caiu para 30% do FPS inicial e o Sundown caiu para 55%. Segundo especialistas, a diminuição do FPS é natural. Mesmo os produtos que se declaram resistentes à água perdem, após 40 minutos de imersão na água, até 50% do FPS.
4) Presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA: A legislação brasileira não possui regulamentação que obrigue a presença de substâncias bloqueadoras dos raios UVA, no entanto, na Europa, o valor aceitável é de no mínimo um terço do FPS. Embora todos os produtos testados apresentassem proteção UVA, Coppertone, Episol, Natura e Banana Boat obtiveram valor inferior ao padrão europeu. Apenas três produtos mostram a informação do grau de proteção na embalagem: Cenoura & Bronze, L”Oréal Solar Expertise e Natura Fotoequilibrio.
5) Rótulo: O produto que recebeu a pior nota foi o Helioblock, por apresentar informações em uma etiqueta muito pequena, de difícil leitura.
6) Viscosidade dos produtos: Partiu-se do princípio que um creme não pode ser líquido nem grosso demais, o que dificulta a dosagem. Segundo a pesquisa, Helioblock e Cenoura & Bronze são muito líquidos, enquanto o Banana Boat é grosso demais.
7) Hidratação: O protetor solar da Natura foi considerado o melhor, pois aumentou em 16% a textura da pele das pessoas que o experimentaram.
Conclusão do teste: Os únicos que passaram em todos os testes foram o L’Oréal Solar Expertise e o Cenoura & Bronze.
Mas é importante ter calma, pelo o que andam comentando, ninguém sabe, ninguém viu que laboratório realizou os testes e em quais condições. Algumas coisas fazem sentido, como o aspecto dos produtos, mas não dá para opinar muito mais do que isso. Os fabricantes já se pronunciaram, como sempre, mas o que mais poderíamos esperar deles? Com relação à substância cancerígena, foi afirmado que não existe nenhuma proibição na legislação brasileira. Acho que o pronunciamento mais importante foi o da ABD – Associação Brasileira de Dermatologia, que afirmou que desconhece o teste utilizado pela Pro Teste Consumidores, afirmando ainda que compete apenas à ANVISA aprovar a formulação dos protetores solares.
E por falar em produtos para o corpo, o Sundown foi a maior decepção, pois é um dos mais usados no Brasil, e foi reprovado nos principais testes, inclusive no de uso de substâncias cancerígenas. Por isso, vou aderir de vez ao L’Oréal Solar Expertise para o corpo!
Aliás, o teste pecou em comparar filtros corporais com faciais, pois existem características importantes nos produtos para o rosto que não são tão importantes nos produtos para o corpo, como por exemplo, se o protetor é comedogênico (tendência a cravos), obstrução de poros, oleosidade e quanto à propensão a causar irritações na face, já que a pele do rosto é mais sensível.
Finalizando, acho este tipo de teste super válido, pois dá um puxão de orelha nos fabricantes, que são obrigados a caprichar mais tanto no produto como nas informações que são dadas para nós.
Fontes: O Globo, R7 (Record) e Folha Online
De a sua sugestão para as proximas matérias!!
Dra Tatiana Pizani
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